Apaixone-se pela Normandia: Roteiro de 2 dias

Apaixone-se pela Normandia: Roteiro de 2 dias

A Normandia não é um destino de viagem comum entre os brasileiros, mas se você já viu tudo o que tinha pra ver em Paris e está com dias sobrando, ou então quer aproveitar aquela passagem de volta mais barata pra outra semana, recomendo fortemente que você vá conhecer esse pedacinho da França.

A Normandia fica no noroeste do país e é a região litorânea mais próxima de Paris (dá umas 2:30h de carro até Étretat), de cara para o Canal da Mancha, onde aconteceu o famoso Dia D, durante a Segunda Guerra Mundial.

A região é dividida em Alta e Baixa Normandia (pelo Rio Sena, vejam que legal!) e ambas representavam muito bem o glamour e a élégance francesa do século 17 (era lá onde a alta sociedade passava as férias). Aliás, se eu tivesse que escolher uma palavra para definir essa viagem, seria essa mesmo: elegância.

casa-praia-normandia
Isso sim é uma casa de praia! Hehe…

Na Baixa Normandia temos as cidades de Honfleur, Caen, Deauville e Trouville, além do famoso e lindíssimo Mont Saint-Michel.

Já a Alta Normandia, é composta por cidades como Fécamp, Le Havre, Rouen, Giverny e Étretat, que foi onde ficamos hospedados.

Infelizmente, não pude planejar essa viagem do jeito que eu planejo todas: devorando textos e dicas sobre o lugar. E, para ser sincera, sinto que não consegui aproveitar do jeito que eu gostaria.

Afinal, para uma designer e criativa, estar num lugar desses é um sonho, já que a região é super artística, foi o berço do Impressionismo e por onde grandes nomes da arte e da moda passaram, como Monet, Renoir e Chanel, que até abriu uma loja lá.

Aliás, para quem é fã do Monet, a cidade de Giverny é imperdível, pois foi onde ele passou 43 (!) anos pintando aqueles quadros fantásticos dos seus jardins.

Roteiro de 2 dias – Fim de semana

Dia 1 – Étretat e Fécamp

Saímos de Paris na manhã de sábado. Poderíamos ter ido na noite de sexta para já acordar lá, mas a estrada era parte da atração. Sim, porque o caminho é lindo: recheado de flores, plantações de trigo, vaquinhas Milka e paisagens como essas.

Campo na Normandia
Queria sair correndo campo adentro e gravar um clipe! Hahaha
Vaquinha na Normandia
Dá oi aqui pra Thaís! xD

Além disso, meu parceiro quis ir pelo caminho mais longo para podermos passar pela impressionante (e aterrorizante! :P) Pont de Normandie, que liga a Baixa e Alta Normandia e fica sobre o Rio Sena. De um lado, a cidade de Honfleur. Do outro, Le Havre.

A ponte tem mais de 2km de comprimento e no seu ponto mais alto, chega a 215 (!!!) metros de altura. Vista de longe, é de dar medo em qualquer um por causa da sua imensa curvatura no meio. E, detalhe, a ponte ainda tem pista para pedestres. Deus me livre andar naquilo a pé! Hahaha

Ponte da Normandia
Reparem na direita da foto que tem um cara que vai subir de bicicleta. Tenso!

O plano era ter Étretat como base e, a partir de lá, visitar as outras cidades. De carro, não levamos mais do que 1 hora para a cidade mais distante que fomos.

Étretat é conhecida pela sua praia e falésias de calcário deslumbrantes (a foto da capa deste post). É uma cidade para contemplar a arquitetura, cheia de construções baixas, lindas e antigas. O centro histórico é pequenino, mas as caminhadas para ver as falésias do alto são longas! Portanto, não esqueça do protetor solar (mesmo no inverno) e uma garrafinha d’água.

Entrada em Étretat
Chegando em Étretat

Igreja em Étretat

Onde ficar

Ficamos hospedados no Hôtel Ambassadeur, no centro histórico e a 300m da praia. O hotel é uma mansão, construída no século 19 e as acomodações eram bem boas. O que eu acho um pouco estranho é que o banheiro é dividido em duas partes. Em uma portinha, temos o vaso sanitário e na outra ao lado, ficam a pia mais o box/banheira (mas, pelo que percebi, a maioria/todas as casas e apartamentos franceses são assim).

O café da manhã (servido no quarto, se você quiser) era divino e repleto de croissants, geléias e outras coisas francesas gostosas. Nham nham!

Hotel Ambassadeur na Normandia
Hôtel Ambassadeur
Carro na Normandia
Eu in love pelo nosso carrinho smart que parecia de brinquedo!

Deixamos as coisas no hotel e fomos almoçar na orla. E é claro que eu, amante de peixes e frutos do mar, fiz a festa na Normandia, né? 🙂

Esse atum ao pesto estava divino e, para acompanhar, cidra de maçã. :B
Podem falar mal, mas eu amo! E, desde que vim morar na Europa, tomo muito e é bem comum por aqui (e diferente da nossa cidra Cereser).

Gastronomia Normandia

Existem dois caminhos para chegar ao alto das falésias, um em cada ponta da praia. Do lado esquerdo, a famosa falésia com um arco que lembra um elefante molhando a tromba no mar. Do lado direito, a capelinha no alto.

Depois do almoço, compramos sorvete e fomos em direção ao caminho da esquerda, quando algo inusitado aconteceu.

ATENÇÃO!

Estávamos andando calmamente, conversando e apreciando a paisagem, quando DO NADA uma gaivota veio e ATACOU o sorvete do meu parceiro! Gente, vocês não têm noção do susto que foi!
Eu já tinha levado um rasante de um pombo, mas nunca tinha visto de uma gaivota. E uma gaivota que gosta de sorvete, menos ainda! Imaginem aquele bicho GIGANTE com as asas abertas, fazendo barulho e roubando o seu sorvete? A ave meteu o bico na mão dele, engoliu o sorvete, quebrou toda a casquinha, fez uma sujeira danada e, por pouco, não o feriu. :O
Todo mundo parou pra olhar, as crianças em volta assustadas, todo mundo consternado. HAHAHAHA

Fica o aviso: prestem atenção, protejam-se e cuidado com as aves na orla!
Abaixo uma foto de um dos meliantes do grupo:

Gaivota Normandia
“Tô nem aí.”

Depois de nos recuperarmos do susto, seguimos nossa caminhada até o alto. A vista é realmente impressionante! A cor da água é linda demais e dá vontade de ficar horas apreciando o mar. Havia também um campo de golfe lá no alto, achei super legal!

Fizemos essa viagem no final de abril e ainda estava frio por lá, além de chover de vez em quando. Portanto, se for na mesma época, leve um casaquinho.

Praia na Normandia
Antes do ataque. ^^
Falésias em Étretat, Normandia
Dá medo mas é lindo!

Falésias em Étretat, NormandiaFalésias em Étretat, Normandia
Não conseguimos ir até o alto da outra falésia porque eu tinha machucado o pé antes mesmo de chegar a Paris e estava bem difícil para andar. Foi uma pena! Depois que descemos, demos uma voltinha pela cidade, comprei um ímã para a minha coleção e voltamos ao hotel para descansar um pouco.

Étretat, Normandia
Centro de Étretat

Para o jantar, dirigimos até Fécamp (a 20 min de distância) e conseguimos pegar o sol se pondo por lá. A vista dos barcos na marina é incrível nessa luz, a água fica parecendo um espelho!
E, a praia assim, vazia, dá uma sensação de paz…

Barcos em Fécamp
Marina de Fécamp
Praia em Fécamp
Olhem essas luzes! Essas cores! Essa paisagem! Parece um quadro. <3

Praia em Fécamp, Normandia

Essa região é famosa pelos crepes recheados nesse formato triangular. Se não me engano, comemos no Les Voiles Blanches, um restaurante onde as cadeiras são tipo as de diretores de cinema, com assento e encosto de tecido. Pedi um de brie e apesar de adorar esse queijo, achei um pouco enjoativo por ser muito grande e ter várias outras coisas dentro também.

Crepe na NormandiaApós o jantar, só voltamos ao hotel para dormir.

Dia 1 – Le Havre, Deauville e Trouville-sur-mer

O domingo amanheceu chuvoso e decidimos tomar o café da manhã no hotel e ficar enrolando para ajeitar nossas coisas até mais ou menos a hora do almoço para partir.

Dirigimos até Le Havre (40 min), a cidade com o segundo maior porto da França e que ficou completamente destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Escolas, igrejas, a bolsa de valores e até a prefeitura ficaram em ruínas por causa das bombas e praticamente toda a população foi evacuada ou levada para campos de concentração.

A primeira impressão que tive ao chegar na cidade é que ela tinha cara de cidade industrial, pois tudo é cinza e feito de concreto. Essa impressão não estava errada, porque, além de ser uma cidade portuária, a cidade cresceu desorganizadamente e para esse lado mais rústico da coisa, na época da Revolução Industrial. Então, acho que quando a reconstruíram depois da guerra, quiseram reviver esse estilo.

CURIOSIDADE: Oscar Niemeyer, nosso arquiteto mais famoso e querido, se exilou na França durante a ditadura militar no Brasil e projetou muita coisa pelo país, incluindo o Centro de Cultura de Le Havre, chamado de Le Volcan. O engraçado é que eu só soube disso na hora. Quando passamos em frente ao prédio, eu comentei “Nossa, esse estilo de arquitetura parece com o do Niemeyer!”, no que o meu parceiro respondeu “E é dele mesmo!” 😀

Le Volcan Le Havre
Centro de Cultura de Le Havre

Fomos à praia e escolhemos um dos muitos restaurantes que ficam na orla para almoçar. Todos com aquele estilo frutos do mar (mas, eles têm outros pratos no menu também). Eu estava adorando que todas as refeições eram feitas praticamente com o pé na areia, pena que estava frio. hehe

Praia em Le Havre, Normandia
Como que faz pra deitar nisso e pegar sol?

Praia em Le Havre, Normandia

Comida em Le Havre, Normandia
Massa ao limão com salmão defumado. A-M-O!

Depois do almoço, encaramos a Pont de Normandie de novo para chegarmos a Deauville e Trouville-sur-mer. São dois vilarejos (tão pequenos que nem sei se podemos chamar de cidades) separados por um estreito canal.

Esses dois lugares são os que dão o toque final no conceito da viagem, aquilo que falei no início do post sobre elegância. Ambas são cidades balneárias, onde as pessoas vão para verem e serem vistas. A loja da Chanel que eu mencionei foi aberta em Deauville no ano de 1913 e era ela quem vestia as mais ricas francesas, para desfilarem no calçadão de madeira.

Nesse mesmo calçadão é onde ficam as famosas Les Planches, que são os cavaletes que separam as entradas das cabines, cada um com o nome de um ícone do cinema. Na areia, os típicos guarda-sóis coloridos e listrados. Pena que a tradicional cena só pode ser vista completa no verão.

Les Planches, Deauville, Normandia
Les Planches

Atravessando o canal a pé, chegamos ao boulevard chiquérrimo de Trouville, onde há muitos restaurantes, creperias e lojinhas. Percorremos até chegar à praia, que foi onde tirei a foto do início do post em frente a uma das casas de veraneio que ficam na areia mesmo.

Boulevard Trouville Normandia
Boulevard de Trouville
Crepe em Trouville, Normandia
Crepe simples e delícia!
Praia em Trouville, na Normandia
Praia de Trouville

Pegamos a estrada e no início da noite, estávamos de volta a Paris. 🙂

Vocês podem ter achado esse roteiro bem low profile, mas, a verdade é que, além de não ter planejado muito, nós encaramos essa viagem como um final de semana de descanso também. Depois de bater perna uma semana em Paris (e eu ainda estava com o pé machucado), eu estava morta e na vibe “sombra e água fresca”.

Mas, é claro que, dependendo da intenção e disposição, dá pra incluir mais programas, como visitas aos casinos e museus da região.

É isso.
Espero que tenham gostado e se empolgado para visitar a belíssima Normandia também. <3

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